Em um ato de coragem e esperança, uma mulher de 34 anos conseguiu escapar de uma situação de cárcere privado e violência doméstica após escrever um pedido de ajuda em um pedaço de papel higiênico, no município de Gaspar, no Vale do Itajaí (SC). O fato ocorreu na noite de sexta-feira (3), e o resgate foi realizado no sábado (4).
De acordo com as informações, a vítima saiu de casa acompanhada do companheiro, sob o pretexto de comprar cigarros. Durante uma parada em uma loja de conveniência, ela aproveitou um momento sozinha no banheiro para escrever uma mensagem de socorro. No papel, a mulher registrou: “Estou em cárcere privado. 190.”, seguido de seu endereço completo.
O bilhete foi descoberto somente na manhã seguinte por um funcionário do local, que acionou imediatamente a Polícia Militar. Por volta das 10h30, os policiais se dirigiram ao endereço indicado. No local, encontraram um homem de 29 anos, que demonstrava agressividade e relutância em cooperar, recusando-se a abrir a porta. Diante da resistência, os agentes precisaram forçar a entrada.
Dentro da residência, a mulher foi encontrada em estado de choque, com marcas de agressão pelo corpo e evidente esgotamento emocional. Ela foi resgatada, recebeu atendimento médico e, em seguida, prestou depoimento na delegacia.
Em seu depoimento, a vítima relatou que havia se separado do agressor há seis meses, mas ele retomou o contato recentemente, prometendo mudanças. No entanto, assim que voltaram a conviver, as ameaças de morte foram retomadas, com o homem afirmando que “ninguém a encontraria” se ela tentasse deixá-lo novamente.
O histórico do agressor chama a atenção: ele acumula 44 registros policiais, incluindo ocorrências de violência doméstica, ameaça e descumprimento de medidas protetivas. A reincidência reforça a gravidade do caso e a importância de ações rápidas para evitar desfechos ainda mais trágicos.
A iniciativa da mulher, que transformou um simples pedaço de papel em um canal para a liberdade, tornou-se um símbolo de resistência. O caso também serve como alerta para a sociedade: pequenos gestos e a atenção de quem está por perto podem ser decisivos para salvar vidas.
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