Consumo de Bebidas Alcoólicas Exige Cautela em Meio a Casos de Intoxicação por Metanol

O Brasil vive um momento de alerta devido ao crescimento de registros de intoxicação por metanol associados a bebidas alcoólicas. Diante desse cenário, especialistas reforçam que não há consumo completamente seguro de álcool, ainda que algumas bebidas apresentem menor risco.

As bebidas destiladas, como cachaça, vodka e uísque, são as mais vulneráveis à adulteração por metanol – substância tóxica que pode causar sérios danos à saúde e até levar à morte. O problema costuma estar relacionado ao uso inadequado do produto na higienização de garrafas ou na manipulação fraudulenta do líquido.

Bebidas fermentadas, caso de cervejas e vinhos, passam por processos que reduzem a possibilidade de contaminação, mas também não estão imunes a riscos. De acordo com Luis Fernando Penna, gerente médico do Hospital Sírio-Libanês, a fermentação diminui a vulnerabilidade, porém não elimina totalmente a ameaça de intoxicação.

Renato Anghinah, neurologista da USP, ressalta que produtos industrializados, envasados em latas ou garrafas com lacre, especialmente os de grandes marcas, costumam ser mais seguros. Isso porque a adulteração de embalagens seladas é mais difícil e menos lucrativa para os falsificadores.

Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde, representado pelo ministro Alexandre Padilha, emitiu um alerta à população, recomendando especial atenção a destilados incolores, como vodca e cachaça branca. A orientação é que esses produtos sejam adquiridos apenas em estabelecimentos de confiança e que qualquer comércio suspeito seja denunciado aos órgãos de vigilância.

A psiquiatra Olivia Pozzolo, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), lembra que mesmo bebidas com baixo teor alcoólico não estão livres de perigo enquanto persistirem relatos de adulteração.

A recomendação unânime entre especialistas e autoridades é que os consumidores verifiquem sempre o rótulo, o selo de qualidade e a procedência da bebida. Sinais como lacres rompidos, rótulos com impressão de baixa qualidade ou preços excessivamente baixos devem ser encarados como alertas.

Neste momento, a prioridade deve ser a segurança. Enquanto as investigações e ações de fiscalização seguem em curso, nenhuma bebida alcoólica pode ser considerada totalmente segura, e a conscientização do público é fundamental para evitar novos casos de intoxicação.

 

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