Mulher vence câncer, mas é assassinada em casa em crime planejado pelo marido no Paraná

Uma história de superação foi interrompida por uma tragédia em São Miguel do Iguaçu, no Paraná. Jaqueline Rodrigues Pereira, 37 anos, que havia superado um câncer de mama, foi vítima de feminicídio dentro da própria casa, em um crime inicialmente disfarçado como roubo.

O crime ocorreu na madrugada do dia 13 de setembro. O marido da vítima, Adriano Forgiarini, também de 37 anos, chegou a ser hospitalizado com um ferimento superficial, alegando ter sido atacado durante um suposto assalto. No entanto, após investigações da Polícia Civil, a versão apresentada por ele foi desmontada, e Adriano foi preso como principal suspeito de assassinar a esposa e forjar a cena do crime.

Elementos-chave coletados durante 13 dias de apuração foram decisivos para desconstruir a farsa. Imagens de câmeras de segurança e áudios permitiram reconstituir a cronologia dos fatos. O primeiro disparo contra Jaqueline teria ocorrido por volta das 5h20, enquanto ela ainda estava deitada. Minutos depois, mensagens foram enviadas de seu celular para familiares, gerando desconfiança. Cerca de uma hora mais tarde, um segundo tiro foi efetuado.

Outros indícios incluem o reflexo em um vidro da casa, que mostrou movimentação interna compatível com uma pessoa armada, e o comportamento dos cães da família, que permaneceram em silêncio — o que, para a polícia, indica a ausência de invasores.

Além disso, os investigadores descobriram que Adriano já havia registrado um boletim de ocorrência forjado há três anos, repetindo a estratégia de simular uma invasão para justificar o crime. O corpo de Jaqueline foi localizado no quintal, e a espingarda utilizada no homicídio estava dentro da propriedade. A polícia acredita que o acusado arrastou a vítima para fora do quarto antes de efetuar o segundo disparo, e depois teria se ferido levemente para sustentar a narrativa de assalto.

Familiares e amigos ficaram chocados com a descoberta. A irmã de Jaqueline, Ana Claudia, contou que o casal havia deixado o filho sob seus cuidados na noite anterior, levantando a suspeita de que o crime foi premeditado. Jaqueline era descrita como uma mulher forte e dedicada ao filho, casada há apenas dois anos, em um relacionamento que, aparentemente, não demonstrava conflitos.

Adriano foi preso em um hotel da cidade, sem resistir. Sua defesa informou que acompanha o inquérito e reafirma o direito ao devido processo legal, mas não comentou as acusações.

A motivação do crime ainda não foi divulgada oficialmente, mas a Polícia Civil trata o caso como feminicídio por razões consideradas fúteis, com tentativas reiteradas de ocultação dos fatos. As investigações prosseguem, e a comunidade aguarda esclarecimentos sobre as causas que levaram ao assassinato.

 

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