A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi sentenciada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região a indenizar em R$ 90 mil a jovem Kemilly Kethelyn Lino da Silva, vítima de um grave acidente ocorrido em outubro de 2021. Na ocasião, uma placa de concreto de um muro do Metrô do Recife desabou sobre a garota, que tinha apenas 8 anos na época.
O incidente aconteceu durante uma festa de Dia das Crianças organizada pela ONG Mão Amiga, na Favela do Papelão, no bairro do Coque, região central do Recife. Kemilly, hoje com 12 anos, estava na calçada quando a estrutura cedeu. Outras crianças, que almoçavam próximas ao local, quase foram atingidas.
De acordo com a decisão judicial, a CBTU foi responsabilizada por danos morais e estéticos. Além da indenização em dinheiro, a empresa foi obrigada a custear o transporte da menina para sessões de fisioterapia por até três anos, bem como fornecer cestas básicas à família pelo período de dois anos.
Laudo pericial do Instituto de Criminalística Professor Armando Samico atestou que o muro se encontrava em "péssimo estado de conservação", com rachaduras, infiltrações e desgaste acentuado devido a condições climáticas e vibrações. O relatório técnico refutou a tese da defesa da CBTU, que alegava caso de força maior, como chuvas ou atos de vandalismo.
Kemilly foi socorrida inicialmente no Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip) e, em seguida, transferida para o Hospital da Restauração, onde permaneceu internada por quase dois meses, recebendo alta apenas em dezembro de 2021.
A CBTU informou que recorrerá da decisão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Dois dias após o acidente, o governo de Pernambuco acionou o Ministério Público contra a empresa, e a Polícia Civil instaurou investigação para apurar as responsabilidades.
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