Uma descoberta arqueológica na cidade de Karaman, no sul da Turquia, revelou um conjunto de cinco pães queimados, datados dos séculos 7 a 8 d.C. Entre eles, um artefato se destaca: um pão que traz a imagem de Cristo representado como um semeador, acompanhada de uma inscrição em grego que diz “Com a nossa gratidão a Jesus Abençoado”.
A peça, que sobreviveu mais de um milênio, reforça o simbolismo bíblico presente no Evangelho de João, no qual Jesus declara: “Eu sou o pão da vida”. Quatro dos pães encontrados possuem marcas de cruz, indicando que provavelmente eram utilizados em rituais eucarísticos ou de comunhão.
A investigação, conduzida pela Diretoria do Museu de Karaman, aponta que a inscrição em grego ressalta a forte influência helenística e greco-bizantina na região. Na época, a localidade era conhecida como Eirenópolis — “Cidade da Paz” —, um centro cristão onde o grego era o idioma dominante, tanto na liturgia quanto na cultura.
A figura de Cristo como semeador, de acordo com especialistas, simbolizava a conexão entre fé, trabalho e fertilidade, refletindo a dependência da comunidade agrícola da bênção divina para o sustento.
A descoberta não só ilumina as práticas religiosas e litúrgicas do período, mas também mostra como o pão era, ao mesmo tempo, alimento físico e símbolo espiritual, integrando o cotidiano e a espiritualidade de uma sociedade bizantina há muito desaparecida.
> Fonte: Adaptado de reportagem publicada originalmente em Galileu.
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