POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DO TREM POA- GRAMADO PARA PAROBÉ

Em 8 de agosto de 2025, o governo do Rio Grande do Sul autorizou, de forma inédita no país, a implantação, operação e exploração privadas de uma ferrovia de passageiros entre Porto Alegre e Gramado. O investimento estimado é de R$ 4,5 bilhões, sem uso de recursos públicos, com outorga de 99 anos para a empresa responsável (SulTrens). O governo estima 22.723 empregos diretos e indiretos ao longo das fases de implantação e operação. O serviço foi concebido como um expresso de cerca de uma hora entre as pontas, com duas vias (uma por sentido). Portal do Estado do Rio Grande do Sul

O traçado previsto cruza a Região Metropolitana e o Vale do Paranhana rumo à Serra. Embora seja direto, o trem passará por 19 municípios e terá área de influência em 22. A lista, conforme o anúncio oficial e a cobertura da imprensa, inclui: Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Dois Irmãos, Sapiranga, Araricá, Parobé, Taquara, Morro Reuter, Nova Hartz, Igrejinha, Picada Café, Santa Maria do Herval, Três Coroas, Gramado e Canela. Trata-se, portanto, de um corredor que tangencia pólos industriais, logísticos e turísticos, ampliando a conectividade regional mesmo sem paradas em todas as cidades. Portal do Estado do Rio Grande do SulCNN Brasil

A infraestrutura proposta é robusta: 27 cruzamentos rodoferroviários, 15 pontes e viadutos (incluindo uma travessia sobre a BR-290/Freeway) e nove túneis. As estações terminais ficam a ~700 m do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e na Avenida das Hortênsias, entre Gramado e Canela — uma solução que integra o trem ao fluxo aéreo/turístico na origem e ao circuito turístico na chegada. Reportagens técnicas citam ainda material rodante de média velocidade (velocidade máxima projetada de ~120 km/h), composições de 220–300 lugares e tração híbrida (elétrica + diesel) para vencer rampas e reduzir emissões. Portal do Estado do Rio Grande do SulMetrô CPTMTerra

E Parobé nisso tudo? Embora o serviço seja expresso, a passagem da ferrovia pelo território de Parobé abre um leque de efeitos econômicos e urbanísticos que podem ser catalisados por políticas locais:

1. Turismo de conexão: Parobé está no caminho entre a capital e a Serra, dentro do chamado “efeito de transbordamento” do turismo. Com o trem reduzindo o tempo de deslocamento e aumentando o fluxo total de visitantes ao eixo Porto Alegre–Gramado, negócios de alimentação, hospedagem diferenciada (pousadas rurais, experiências), turismo de compras e rotas temáticas podem capturar parte dessa demanda, especialmente se houver produtos e eventos que motivem paradas planejadas de excursões e transfers complementares. (Inferência baseada nas diretrizes oficiais do projeto e no papel do turismo na Serra.) Portal do Estado do Rio Grande do SulCNN Brasil

2. Valorização imobiliária e requalificação urbana: Corredores ferroviários costumam induzir valorização de imóveis próximos às faixas de domínio e eixos de acesso. Com bom planejamento urbano (zonificação adequada, frentes de reurbanização, desenho de vias alimentadoras), Parobé pode transformar áreas hoje subutilizadas em novos polos comerciais e residenciais, levando equipamentos públicos e serviços para onde a ferrovia cria atratividade. (Inferência técnica comum em projetos de transporte de média capacidade.)

3. Ambiente de negócios e empregos: A fase de obras traz empregos temporários e demanda por fornecedores locais (materiais, serviços, alojamento). Na fase operacional, há oportunidades em manutenção, limpeza, segurança e cadeias de apoio (oficinas, logística de peças, alimentação). Se o município articular com a empresa e com o Estado programas de qualificação (SENAI, escolas técnicas), pode reter mão de obra e atrair novos empreendimentos com base na melhora de acessibilidade regional. (Inferência alinhada às estimativas de empregos do projeto.) Portal do Estado do Rio Grande do Sul

4. Integração logística para a indústria local: Parobé tem tradição em manufatura, especialmente no setor calçadista e cadeias correlatas. Um trem regional — ainda que voltado a passageiros — tende a organizar melhor os fluxos na região (menos pressão na rodovia, previsibilidade de viagens executivas e de negócios, encurtamento de tempos porta-a-porta), o que beneficia B2B e a atração de investimentos. Caso no futuro se formalizem serviços complementares (por exemplo, cargas leves em horários de vale), a vantagem logística poderia se ampliar. (Projeção plausível com base em especificações divulgadas para material rodante e diretrizes de integração regional.) Metrô CPTM

5. Receita pública e serviços: O aumento de atividade econômica tende a elevar arrecadação municipal (ISS, IPTU atualizado sobre áreas valorizadas), permitindo melhorar serviços e espaços públicos — um ciclo virtuoso que depende de boa governança fiscal e de marcos de parcerias público-privadas locais. (Inferência econômica padrão a partir de grandes obras estruturantes.)

Há, naturalmente, desafios: licenciamento ambiental (EIA/Rima), desapropriações pontuais, gestão de passagens em nível e mitigação de ruídos. O governo sinaliza que a fiscalização contratual caberá à Secretaria de Logística e Transportes, com relatórios trimestrais da concessionária. Cronogramas reportados na imprensa falam em até sete anos para início de operação, com marcos intermediários de estudos, projeto executivo e obras civis. O sucesso depende de coordenação entre Estado, concessionária e prefeituras — e é aí que Parobé pode se antecipar com planos diretores ajustados, zonas de desenvolvimento orientado ao transporte (TOD) e programas de inovação turística. Portal do Estado do Rio Grande do SulMetrô CPTM

Em síntese: o trem Porto Alegre–Gramado cria um eixo de alta atratividade que atravessa Parobé. Mesmo como serviço expresso, ele eleva o teto de possibilidades para o município — do turismo de conexão à requalificação urbana, da qualificação profissional à dinamização do ecossistema produtivo. O quanto Parobé vai ganhar com a passagem do trem dependerá menos da composição que cruza os trilhos e mais da composição de políticas locais capaz de transformar proximidade em prosperidade. Portal do Estado do Rio Grande do SulCNN Brasil